O RH precisa olhar além do R&S. Conheça as tendências da área

Imagine se em 2019 alguém nos falasse que o nosso próximo desafio como líderes de Recursos Humanos seria contratar, desligar, gerenciar e desenvolver talentos de forma totalmente remota. É muito provável que não acreditaríamos até mesmo que seria possível.

Hoje vemos que quando a necessidade chega, encontramos soluções para resolver. Não foram meses fáceis, pois tivemos que: digitalizar processos, conectar times, engajar equipe remota e, principalmente, cuidar da saúde mental dos funcionários (e da nossa).

Já estamos em 2021 e o coronavírus ainda não foi derrotado. Mas uma das maiores lições que aprendemos é tudo continua, independente se há uma pandemia ou não no meio do caminho. E, só as empresas que estão pensando ativamente nos desafios é que colherão os melhores resultados.

Melhorar índices de diversidade e inclusão, contratar rápido e remoto, planejar novos onboarding, repensar na jornada do funcionário, oferecer benefícios que são prioridade para os funcionar. Como lidar com todos esses desafios se estamos em meses tão voláteis e incertos? Não temos a resposta para tudo, mas sabemos que se manter em movimento e em busca de soluções é a melhor resposta.

Vamos dividir hoje com vocês o que já aprendemos para que você possa refletir e absorver e levar essas lições para dentro da sua empresa também.

A pandemia foi da noite para o dia, mas as soluções não serão

O primeiro passo é entender que esse é o início de uma caminhada consistente. É através de pequenas evoluções que você chegará ao destino. Ou seja, olhe para dentro da empresa e analise quais são as evoluções internas, em pequena escala que o RH pode fazer hoje, mas que ajudará logo ali na frente para transformar a cultura organizacional. É uma jornada!

Para lhe exemplificar sobre essas pequenas evoluções, trouxemos um dos temas desafios e vamos compartilhar como ele poderia ser dividido para que os líderes de RH pudessem planejar ações mensuráveis. O tema é: diversidade e inclusão

Diversidade e Inclusão: como as pequenas revoluções podem ser planejadas

A Pesquisa Global de Diversidade e Inclusão da PwC revelou que apenas 5% das empresas têm sucesso nas práticas relacionadas à Diversidade e Inclusão. Mas, conforme esse assunto é debatido e melhores práticas são compartilhadas, acreditamos que esse percentual suba ao longo dos próximos anos.

Quanto mais pessoas as pequenas evoluções atingirem, mais forças elas ganharão. Ou seja, sempre observe quais e quantos níveis hierárquicos (analistas a diretores; do chão de fábrica aos departamentos corporativos) essa ação impactará.

É importante lembrar também que quando o C-Level está disposto a refletir sobre os motivos históricos que causam desigualdade entre negros e brancos, por exemplo, fica mais fácil implementar um pacote de medidas para reverter o cenário, com treinamentos anti-viés, rodas de conversa, metas de inclusão e diversidade para a liderança, e criação de comitês para monitorar o tema.

As empresas que mais tiveram sucesso no tema da diversidade e inclusão apostaram nessas 4 frentes para as pequenas ações:

  1. Ampla comunicação interna incluindo palestras de conscientização, vídeos, lembretes em totens, banners e e-mails para “colocar o tema em discussão”. Isso impactou todos os níveis hierárquicos.
  2. Criação de comitê de diversidade e inclusão, convidando os funcionários engajados e interessados em colaborar com temas como diversidade racial e equidade de gênero, por exemplo. Esse comitê é valioso, pois ajuda o RH a propor ações estratégicas e promove debates pertinentes dentro da organização. Os comitês podem auxiliar nos treinamentos internos, rodas de conversa, participação em eventos e outras ações que podem fortalecer o assunto dentro e fora da empresa.
  3. Envolvimento do RH em todas as reuniões prévias de alinhamento do perfil de uma nova vaga. Essa pequena revolução é importante para que as decisões de R&S respeitem as políticas de diversidade da empresa.
  4. O treinamento interno é altamente importante. Prepara os líderes é fundamental para que eles consigam garantir a integração do talento diverso perante os outros funcionários, permitindo que o potencial de todos seja utilizado em prol do objetivo.

Recrutamento focado em diversidade e inclusão

O primeiríssimo passo é o RH conscientizar e sensibilizar as equipes, antes mesmo de apostar em programas de diversidade de entrada como para jovem aprendiz, estágio ou treinee. Está aí um dos maiores e mais comuns erros que as empresas cometem. É preciso enxergar o todo e não somente os processos seletivos.

Quando falamos especificamente sobre R&S, perguntamo-nos: como contratar com diversidade e de forma rápida? O segredo está no employer branding – marca empregadora.

Quando o RH consegue criar estratégias para fortalecer a marca empregadora, ele vende a empresa de forma efetiva, pois cria conexão e desejo dos funcionários em trabalharem lá. Vamos lhe dar um breve resumo sobre o que você precisa revisitar para elaborar uma estratégia eficaz para fortalecer a sua marca empregadora:

  • Cultura;
  • Valores;
  • Estruturação de cargos e salários;
  • Definição de metas;
  • Jornada do funcionário – desde o recrutamento até a entrevista de desligamento;
  • Refletir sobre a proposta de valor para o empregado. Por que as pessoas trabalham nesta empresa? O que faz os funcionários continuarem trabalhando na empresa mesmo com outras propostas de trabalho na mesa?

Nós já sabemos, mas é sempre bom relembrar

Os novos talentos não colocam salário e bonificações em primeiro lugar na hora de buscar um emprego. Para a maioria, o interesse está na experiência ao trabalhar na empresa e no impacto que eles podem ter perante a sociedade. Não sejamos hipócritas: o dinheiro é uma valiosa moeda de troca. Porém, o ambiente aberto ao diálogo, com colaboração, ótimo clima organizacional e oportunidades de desenvolvimento é o que acaba conquistando o coração dos colaboradores. A experiência do funcionário era um assunto bastante falado e pouco praticado antes de pandemia. Mas, agora, mais do que nunca, ele precisa estar no radar e nas ações das equipes de RH.

É como se tudo fosse uma engrenagem. É necessário colocar todos os pontos abordados neste artigo em prática, mas, ao mesmo tempo, ser inteligente e estratégico para saber a ordem dessas ações. Boa sorte na sua jornada!

Tradução