Como se preparar para atuar na área de saúde – Dicas de especialista

Profissional da área de saúde em atendimento a criança

A área de saúde é uma das mais requisitadas e prestigiadas em nossa sociedade. Profissionais nesse ramo de atuação são reconhecidos por seu esforço em prol do cuidado e do bem-estar dos indivíduos e pela dedicação de boa parte de suas vidas ao estudo e ao conhecimento.

Justamente por lidar com algo tão sensível, o especialista desse campo precisa se preparar adequadamente para exercer a profissão com qualidade, esforço e dedicação. Aqui na TAQE, você fica por dentro de algumas das melhores vagas na área de saúde.

Um pouco da história da saúde no Brasil

E vale começar com uma curiosidade: você sabia que a história dos cuidados com a saúde no Brasil remonta à época imperial?

Foi a chegada da família real portuguesa e de sua corte, em 1808, que impulsionou o progresso no Brasil em diversos aspectos. Além de investimentos em infraestrutura, com a abertura de portos e estradas, em saneamento básico (até então inexistente) e na criação de empresas e manufaturas, o país também passou a aplicar recursos em educação superior. Uma das primeiras medidas adotadas por Dom João VI foi a criação dos cursos universitários de Medicina, Cirurgia e Química.

Assim, brasileiros começaram a se formar médicos, substituindo estrangeiros que antes ocupavam o ramo no país.  De lá até os dias de hoje aconteceram muitos fatos importantes que mudaram os rumos do setor no país: a Revolta da Vacina, a criação de iniciativas como a licença maternidade, a instituição do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), até a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), um modelo de gestão de saúde e atendimento à população que é único em seus moldes em todo o mundo.

E você, sonha em trabalhar na área? Então vem com a gente saber mais neste artigo. Aqui vamos te contar mais sobre esse ramo, sobre as habilidades necessárias para se tornar um profissional na área e te oferecer dicas para se preparar para a faculdade e para o exercício dessas profissões.

Vem com a gente!

Conheça a profissão e suas possibilidades

A saúde é uma área ampla no que diz respeito às profissões inseridas nela. Diferentemente do que pensa o senso comum, apenas em médicos ou enfermeiros, o setor também é composto por profissionais fisioterapeutas, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas, biomédicos, dentistas, educadores físicos e até veterinários.

É um vasto campo, tanto de conhecimento quanto de atuação e a preparação para esse desafio se inicia muito antes do vestibular.

Para uma escolha consciente é importante conhecer tudo que é necessário para a formação de um profissional nesse setor. Quais habilidades são necessárias? Qual é o conhecimento técnico esperado? Em termos comportamentais e éticos, como um profissional da área deve agir?

De acordo com Gilvania Magliano do Couto, médica especializada em Saúde da Família, o chamado do “dom natural” para um profissional da área parte de como você vê o outro, da sua empatia e da vontade de ajudar o próximo. “A maior parte do seu tempo será dedicado à profissão, seja estudando, se atualizando ou no cuidado com o paciente. Sendo assim, antes de ingressar em um curso na área de saúde, é importante saber que esse senso de doação é primordial para se tornar um bom profissional. Muitas vezes você vai ser aquele que dará suporte quando ninguém mais sabe o que fazer e que as emergências não têm horário para acontecer”.

Ler sobre as profissões da área, buscar informações nas universidades e na internet, além de conversar com quem já atua no setor podem ser ótimas alternativas para tirar dúvidas e fazer uma escolha profissional consciente e assertiva.

Profissional da área de saúde do sexo masculino, está de braços cruzados, segurando um estetoscópio

Invista em uma formação de qualidade

A formação é a maior ferramenta de um profissional de saúde. Por isso, ao decidir atuar na área você deve buscar um curso de qualidade, reconhecido não só pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), como também pelo mercado. Procure a avaliação do curso no MEC e converse com alunos da instituição desejada para saber sobre infraestrutura, questões de relacionamento entre a entidade e os estudantes e sobre o corpo docente.

É importante compreender que a formação pode ser longa para determinadas profissões desse nicho. Um médico generalista (todo aquele que se forma em Medicina –  não confundir com o clínico geral, que é alguém que tem formação específica nessa área) estuda na universidade por seis anos. Aqueles que decidem fazer a Residência Médica estudam por, no mínimo, mais dois anos, a depender da especialização escolhida. Já um neurocirurgião, além de todo o ciclo comum, estuda mais cinco em sua especialização, levando pelo menos 11 anos para ser um profissional em sua área de atuação.

No entanto, nem todos os cursos são tão longos. O de Fisioterapia, por exemplo, tem duração média de quatro anos. Além das aulas, são necessárias atividades extracurriculares e estágio obrigatório, como na maioria dos cursos superiores. Já um estudante de Odontologia leva cerca de cinco anos para se formar, o mesmo tempo de alguém que decide cursar psicologia.

De acordo com Gilvania, a área de saúde se mantém em constante evolução, sendo primordial se atualizar sobre tendências, novidades, avanços, tratamentos e até tecnologias no ramo. “Como médica, o maior desafio que já vivenciei e que ilustra muito bem essa questão do quanto a busca por conhecimento constante é importante foi a pandemia de Covid-19. Durante esse período, todos nós da área de saúde tivemos que ler e estudar muito, de forma a nos atualizarmos sobre os novos estudos que analisavam o coronavírus, o contágio da doença e suas formas de tratamento. Quase todos os dias alguma novidade era publicada nos periódicos especializados e tínhamos que acompanhar tudo isso, além de trabalharmos na linha de frente no combate à doença”, analisa.

Essa constante capacitação inclui participar de cursos de atualização, ir a conferências e simpósios ou ler publicações especializadas. Manter-se sempre por dentro de tudo que está acontecendo no universo da saúde torna você um profissional mais competente e valioso para o mercado e para os pacientes.

Desenvolva habilidades técnicas e comportamentais

Para se tornar um profissional de excelência na área de saúde, é necessário que haja o desenvolvimento de algumas habilidades técnicas e comportamentais.

Entre as primeiras, podemos destacar o conhecimento, científico ou não. É importantíssimo aprender sobre tudo que envolve sua área, principalmente aquilo quer for uma evolução, uma novidade, ou uma tecnologia aprimorada.

Na outra ponta estão as habilidades comportamentais necessárias para atuar na área de saúde. Empatia, capacidade de comunicação, trabalho em equipe e ética são algumas delas.

Todas elas podem ser desenvolvidas desde que o profissional seja focado em sua constante atualização, estudando disciplinadamente por conta própria e em cursos de capacitação. Experiências como observador, estagiário e/ou residente na área de atuação também são enriquecedoras.

Entre as habilidades comportamentais o exercício pode acontecer não só no ambiente de estudo e trabalho, mas também em casa, com os familiares e com pessoas próximas à sua comunidade. Dessa forma você exercitará a empatia, a escuta e até o trabalho em equipe. Além disso, eleja um modelo de profissional ético e comprometido e coloque como sua meta profissional ter um comportamento próximo ao daquele que você admira.

Essas aptidões são inerentes a todos os profissionais da área, como analisa Gilvania. “As habilidades, principalmente de relacionamento interpessoal, são essenciais. Ainda que o profissional de saúde atue em áreas onde o contato com pessoas é menor, como em patologia ou radiologia, por exemplo, ele ainda está lidando com o fator humano, o que é uma imensa responsabilidade. Por isso a dedicação é primordial para se alcançar o sucesso”, conclui.

Esteja atualizado sobre as novidades na área de saúde

Segundo o estudo Skill shift: Automation and the future of the workforce, do McKinsey Global Institute, a demanda por habilidades tecnológicas, sociais e emocionais e cognitivas aumentará até 2030 em todos os ramos de atuação, inclusive na área de saúde.

Essas mudanças exigirão que os profissionais aprofundem seus conjuntos de habilidades e conhecimentos existentes ou adquiram novos, principalmente aqueles que não possam ser realizados pela Inteligência Artificial e outras tecnologias.

O estudo sugere que o uso de habilidades tecnológicas avançadas aumentará 50% nos Estados Unidos e 41% na Europa. No Brasil, provavelmente, não será diferente. E tecnologia aliada à saúde ainda não é um assunto tão disseminado nas faculdades do país. Sendo assim, o consumo de informação sobre isso será responsabilidade unicamente do profissional.

Além disso, novas doenças e outras formas de tratamentos para as existentes, técnicas mais modernas para o trabalho, inclusive com ajuda de aparelhos ou maquinários,  e novas abordagens para questões de saúde estão sempre surgindo, o que exige que profissional de saúde esteja sempre antenado às novidades no seu ramo de atuação e na saúde como todo.

Esperamos que este artigo tenha ajudado você a compreender um pouco mais sobre a área de saúde e a como se preparar para atuar nela de forma a obter sucesso pessoal e profissional.

Investir em uma formação de qualidade, desenvolver habilidades técnicas e de relacionamento interpessoal, estar em constante capacitação e atualização e acompanhar novidades e tendências do mercado podem fazer a diferença para progredir nesse nicho com excelência e qualidade.

Quer acompanhar as vagas para profissionais de saúde? Então conheça a Vitrine TAQE! Ficou com alguma dúvida ou gostaria de compartilhar a sua experiência com outras pessoas? Então deixe seu comentário abaixo.

E se quiser ter acesso a mais conteúdos sobre mercado de trabalho e capacitação profissional continue acompanhando o blog da TAQE!

Até a próxima!

Gilvania Magliano do Couto é médica, formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). É especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e pós-graduada em Nutrologia pela Universidade de São Paulo (USP). No momento é profissional da área de saúde atuando como médica de família em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.