Afinal, o que é experiência do colaborador?

Talent Experience, People Experience, RH 4.0… esses são alguns nomes que as empresas estão dando para a experiência do colaborador. Na prática, não é um RH novo ou melhorado.

Mas também não é ter um onboarding com um super kit de cadernos, mochilas, canecas, etc., se no dia a dia o colaborador não contar com uma liderança próxima. 

Mas, então, o que é o employee experience?

Hoje em dia, tudo gira em torno da experiência de alguma coisa e no ambiente de trabalho isso não é diferente.

O poder de decisão pensando na carreira, seja de um colaborador atual ou um potencial talento, está hoje na mão da pessoa e não mais na da empresa. 

Há uns 10 anos, a fala era basicamente “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Atualmente, todo mundo tem acesso às informações, é possível saber como é o trabalho na empresa corrente, há conversa entre as pessoas, sites como o Glassdoor… tem muita oportunidade, muita informação disponível.

E isso é um desafio tanto para contratar quanto para reter pessoas.

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, o employee experience não começa no recrutamento, mas sim quando a pessoa vira colaborador na empresa. 

O que de fato importa?

Enquanto empresa é preciso olhar alguns pontos como:

  • oportunidade de crescimento
  • reconhecimento
  • compromisso social
  • ambiente de trabalho 
  • remuneração e benefícios

Mas tudo isso não pode ficar só no papel ou ser algo falado na hora do recrutamento, precisa acontecer na prática! 

As pessoas buscam oportunidade de crescer. Não importa se ela é um jovem aprendiz de 15, 17 anos ou uma pessoa com 40. A empresa precisa ter um ambiente que estimule o crescimento e que faça elas quererem aprender cada vez mais. 

Além disso, reconhecimento também é fundamental e não basta só um “tapinha nas costas”. Ele pode vir de um comunicado interno, em uma newsletter mostrando o projeto do colaborador, em um bônus financeiro. 

As pessoas querem se conectar com propósito e valores, com diversidade e inclusão. Por isso o compromisso social também impacta no dia a dia dos colaboradores.

Ter um ambiente de trabalho prazeroso não é ter um tobogã com piscina de bolinhas, salgadinhos ou frutas à vontade, mas sim ter um ambiente saudável e de confiança, onde as pessoas não tenham medo de serem elas mesmas.

Novas gerações, novas experiências

As novas gerações estão buscando cada vez mais experiências positivas e se algo não está bom, elas procuram uma outra. 

Se algo foi combinado no processo seletivo e que hoje não acontece no dia a dia, elas logo buscam uma outra oportunidade. 

Mas afinal, o que é employee experience?

É a experiência do colaborador (EX), é o conjunto de percepções e sentimentos dos profissionais a respeito de suas interações com a empresa.

É preciso ver o que a sua empresa oferece e saber vender para que a pessoa tenha vontade de vir e ficar na companhia. 

O autor Jacob Mogan, depois de muito estudo, criou uma definição de EX da qual diz que o aspecto cultural da empresa tem um peso de 40% na escolha do colaborador; o aspecto tecnológico, 30%; e o físico também 30% de impacto. 

E todos esses aspectos são multiplicados, ou seja, se ele tem uma boa experiência cultural, mas a tecnológica é ruim, no fim do dia ele tem uma experiência ruim. Todos os aspectos precisam ser positivos, pois só assim o colaborador vai querer ficar na sua empresa.  

Trabalhar a experiência do colaborador não é tão simples quanto parece, mas é possível! 

Vale lembrar que não há curto prazo no EX. Implementar esse processo pode demorar cerca de 2 ou 3 anos de fato para a empresa começar a ver os resultados. 

E aqui não é olhar para o que a liderança acha, mas sim o que os colaboradores acham, esperam e querem da empresa. Uma boa experiência de trabalho aumenta o engajamento dos colaboradores.

Employer Branding x Employee Experience

Para não ter mais confusão entre esses dois conceitos: 

Employer Branding

O Employer Branding é a reputação de uma empresa, ou seja, se ela é ou não um bom lugar para se trabalhar. 

Empresas com marca empregadora forte e consolidada, investem em ações para que os colaboradores percebam seus valores no ambiente de trabalho. Com isso, quanto mais forte o employer branding, mais atenção a empresa chama dos melhores profissionais do mercado.

Qual a responsabilidade do employer branding?

Ainda que a gestão de pessoas seja responsável por desenvolver e aplicar ações estratégicas para construir e promover a imagem da empresa como uma boa marca empregadora, o employer branding faz parte da cultura organizacional.

Isso significa que não basta ter um conjunto de ações aplicadas no cotidiano, é preciso um posicionamento do negócio como um todo e isso é possível com a atuação do time todo.

A construção de uma marca empregadora forte é de responsabilidade de todos aqueles que fazem parte da sua hierarquia – do recepcionista ao CEO. Os envolvidos devem estar em sintonia, e as ações implementadas precisam ser amplamente divulgadas.

Employee Experience

O employee experience é a percepção do profissional sobre sua jornada completa dentro de uma empresa, desde o momento da sua contratação, até o seu desligamento.

É possível dizer que o employee experience é dividido em dois estágios:

Estágio 1 – integração e dia a dia

A integração do colaborador não se resume às palestras que ele assiste quando entra no negócio. Ela começa quando um novo contratado aceita a oferta de emprego e continua durante as primeiras semanas, meses e até mesmo o primeiro ano de trabalho.

Ter um feedback ajuda a melhorar o processo de integração e a identificar as demandas gerais para que os talentos sejam retidos.

Estágio 2 – saída

Seja uma saída voluntária ou involuntária, a demissão de um colaborador também precisa ter uma atenção especial, pois é nesse momento que a empresa pode descobrir falhas que ainda não foram identificadas.

Além de obter feedback sobre a experiência do colaborador, a empresa também pode contribuir para que encontrem novas oportunidades de emprego, oferecendo treinamentos ou até mesmo indicações em organizações parceiras.

Resumindo os dois conceitos: 

  • Employer branding: é a gestão da marca empregadora que utiliza estratégias para atrair e reter profissionais por meio de benefícios e da promoção de um ambiente de trabalho respeitoso e acolhedor;
  • Employee experience: é a soma da experiência do profissional em toda a sua jornada dentro da empresa, desde a contratação até o momento da demissão.

Por que se importar com o employee experience?

Pessoas felizes produzem mais e isso gera resultados positivos para a empresa. Um colaborador quando saí, geralmente leva outras pessoas com ele, e nem sempre a empresa consegue alguém para essas vagas rapidamente. 

Por conta disso, a experiência do colaborador precisa ser incrível. Ele passa mais ou menos 100 mil horas trabalhando ao longo da vida e trabalhar em um ambiente chato não faz sentido.

Voltando aos estudos do Jacob Morgan, eles mostram que empresas que investem no colaborador tem 40% menos turnover e 7,4 vezes mais chances de aparecer na lista das melhores empresas para se trabalhar. 

Existe receita para uma boa experiência do colaborador?

Não há uma receita pronta, mas alguns pontos são comuns e importantes:

  1. Ouça o colaborador
  2. Sirva ao colaborador
  3. Respeite sua cultura
  4. Alinhe suas experiências com a marca empregadora
  5. Revise a experiência constantemente

E lembre-se sempre que o melhor é conversar com o colaborador e ver o que ele quer, afinal de contas, ele é o mais interessado na empresa.