Como lidar com a saúde dos profissionais essenciais na pandemia e proporcionar mais qualidade de vida?

A Covid-19 voltou com força em 2021. Nos primeiros meses do ano, o Brasil se tornou o epicentro da pandemia, gerando uma forte demanda nos setores essenciais. Agora, mais do que nunca, é preciso manter as operações ativas em constante movimento. Por outro lado, esses profissionais também estão com suas saúdes impactadas, lutando por uma crise que se arrasta há mais de um ano.

É um cenário desafiador para os profissionais de RH. Eles precisam pensar em como ajudar os colaboradores a serem eficientes, ao mesmo tempo que prezam por qualidade de vida e bem-estar.

Acompanhe, neste artigo, como a pandemia tem afetado esses profissionais e quais devem ser os principais cuidados de saúde física, mental e social!

O que é considerado um serviço essencial?

De acordo com medidas provisórias e decretos que regulamentam a Lei federal  nº 13.979/20, serviços essenciais são:

 “atividades e fornecimento de insumos e materiais necessários à sobrevivência, saúde, abastecimento e segurança da população. Também são consideradas essenciais às atividades acessórias, de suporte e a disponibilização dos insumos necessários a cadeia produtiva relativas ao exercício e ao funcionamento dos serviços públicos e das atividades essenciais.”

Alguns exemplos são os supermercados, saúde e logística. Você pode conferir a lista completa no Portal da Legislação .

Como a pandemia tem impactado a saúde desses profissionais?

Ainda que, em alguns casos, o funcionamento de algumas atividades não seja obrigatório, sabemos o quanto elas são importantes. A falta de qualquer uma delas poderia gerar um caos no ecossistema econômico, comprometendo até mesmo o distanciamento social.

Esse reflexo, sem dúvida, recai sobre todos os trabalhadores. De acordo com o Jornal Nacional , a Covid-19 já é a principal causa de afastamento do trabalho. “Os trabalhadores essenciais são os mais afetados”, disse o professor de economia do Insper, Otto Nogami. 

Além disso, em 2020, houve uma alta de 26% de afastamentos por transtornos mentais e comportamentais, e 28,8% por problemas osteomusculares e conjuntivos, segundo dados da SEPT (Secretaria Especial de Previdência e Trabalho) divulgados pela CNF.

Essas informações chamam atenção para três impactos significativos na saúde dos profissionais essenciais. Veja a seguir.

Saúde física

A saúde física está relacionada ao funcionamento do organismo. Quando um indivíduo está com boa saúde, podemos dizer que seu metabolismo fisiológico está funcionando de forma adequada, sem ocorrência de doenças.

Diante do contexto da pandemia, além do risco da contaminação, que é evidente, o crescimento do home office é outro fato que nos chama a atenção. Além disso, o isolamento social tem influenciado maus hábitos alimentares e ergonômicos que podem comprometer seriamente esses profissionais.

Saúde mental

Não existe uma definição clara para a saúde mental segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), porque o equilíbrio emocional é subjetivo. Ele envolve uma série de fatores psicológicos, cognitivos e comportamentais, que são influenciados pela cultura, crenças e valores éticos de cada indivíduo.

No entanto, a saúde mental é referenciada por muitas empresas para contextualizar o equilíbrio emocional e psicológico das pessoas. De fato, não podemos negligenciar o impacto da pandemia nas emoções, já que a própria OMS fez uma campanha para promover o cuidado psicológico neste momento e trouxe uma sessão especial para os trabalhadores e as relações profissionais.

Saúde social

A saúde social refere-se à capacidade de se relacionar em ambientes sociais e interagir com as pessoas. Esse convívio é muito importante para gerar compartilhamento de experiências e trocas afetivas, promovendo bem-estar e qualidade de vida. Como sabemos, isso está totalmente comprometido com o isolamento social, que é tão necessário neste momento.

A falta de convívio social pode refletir no estado emocional do funcionário e provocar diversos efeitos negativos, como transtornos de humor, irritabilidade, estresse, ansiedade, insônia e até depressão – podendo, inclusive, levar ao desenvolvimento de doenças psicossomáticas.

Quais são os principais cuidados de saúde física, mental e social nas empresas?

Agora, mais do que nunca, os profissionais de RH precisam saber como lidar com os desafios da pandemia e promover mais saúde, bem-estar e qualidade de vida. É essencial ter um olhar especial, evitando quaisquer fatores que possam trazer ainda mais sobrecarga na saúde dos trabalhadores essenciais.

A seguir, listamos as práticas mais importantes para aplicar na empresa!

Orientações sobre os riscos

Neste momento, as medidas de prevenção e promoção à saúde são as ações mais importantes. Os funcionários precisam entender, de forma detalhada, os riscos que estão correndo com a pandemia. Muitos deles, por falta de conhecimento, podem não ter clareza sobre o quanto sua saúde está fragilizada.

Portanto, as normas das empresas precisam ser avaliadas e ajustadas, e a comunicação com os trabalhadores deve ser clara, humana e próxima. Além das campanhas de orientação e conscientização, a proximidade com o gestor e profissional e RH pode fazer toda a diferença neste momento. Mostre a gravidade do problema por meio de dados científicos e explique os cuidados que devem ser tomados.

Suporte de novos recursos

Os funcionários também precisam de novos recursos para trabalhar, considerando que muitos destes foram planejados para um cenário completamente diferente. 

É preciso manter ao máximo o distanciamento social para evitar aglomerações, garantindo a distância segura de 1,5 m entre as pessoas. Além disso, fazer aferição de temperatura e considerar o aumento do número de atendentes, por exemplo, é uma maneira segura de reduzir os riscos de contágio.

Outra prática importante é aumentar os cuidados de higienização. Garanta que os funcionários estejam protegidos por meio dos EPIs necessários e que tenham produtos de limpeza e higienização à disposição, como:

  • distribuir máscaras e face shield;
  • aumentar os pontos de álcool em gel;
  • manter os ambientes ventilados;
  • garantir o monitoramento de casos suspeitos de contaminação.

Nos casos em que o distanciamento não é possível, como nos setores de saúde e segurança, o Dr. Ricardo Pacheco , presidente da Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho, recomenda a inclusão do teste de Covid-19 na rotina dos trabalhadores, diminuindo as chances de contaminação. 

Além disso, existem outros recursos úteis para a saúde física, mental e social, como:

Encontro com novas atividades de bem-estar

Muitas vezes, dependendo da profissão, é quase impossível que o funcionário faça uma pausa durante o expediente. A pressão e a demanda estão tão altas que os trabalhadores tendem a negligenciar o bem-estar, levando a uma sobrecarga mental e física. Por isso, o profissional de RH pode ajudá-los a encontrar atividades que lhe dão prazer.

Explique aos funcionários como o bem-estar está relacionado aos pensamentos e sentimentos, e as consequências de negligenciá-lo. Além disso, incentive o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a prática de novos hábitos saudáveis, como atividade física, alimentação saudável, hobbies, entre outros.

Apoio físico, mental e social

Mesmo com todos os cuidados, muitas vezes os funcionários precisarão de apoio para lidar com demandas que você não planejou. Afinal, vivemos um cenário incerto e imprevisível. E tudo que ele espera de você neste momento é compreensão, acolhimento e um diálogo aberto e genuíno.

Esse vínculo é muito importante para o funcionário. Funciona com um respiro fundo em meio à luta, para que o trabalhador possa parar, suspirar e prosseguir. Imagina como é lidar com o luto todos os dias, usar máscaras que dificultam a respiração, ficar longe dos colegas, ao mesmo tempo lidando com outras questões pessoais, como a internação de amigos na UTI ou a perda de um ente querido.

Seja gentil nesse momento e ajude-o a prosseguir, apesar das circunstâncias.

Como as empresas estão cuidando dos trabalhadores essenciais?

Diante de todos esses impactos, algumas empresas inovaram, usando da criatividade para cuidar dos trabalhadores essenciais e promover ações de saúde física, emocional e social. Separamos alguns exemplos para você se inspirar. Confira!

Atendimento psicológico e EPIs além dos obrigatórios

Na Rede de Supermercados São Vicente, as medidas contra a Covid-19 foram reforçadas. Existe um agente na entrada de todas as lojas garantindo que os protocolos de segurança, como medição de temperatura, distanciamento social, máscaras e álcool em gel, sejam cumpridos.

No Hospital São Paulo existe uma campanha de atendimento psicológico online e gratuito para todos os funcionários. Já no Hospital de Jaú, o fornecimento de EPI foi redobrado para a equipe de limpeza e lavanderia, evitando qualquer tipo de contaminação através de materiais e utensílios contaminados. 

A MindBe teve que adaptar o home office às pressas. Além de fornecer equipamentos para o trabalho remoto, também ofereceu apoio emocional para os funcionários por meio de consultas com uma psicóloga organizacional que, entendendo a necessidade, encaminha o trabalhador para um psicólogo clínico.

A Ingredion concedeu licença remunerada aos funcionários maiores de 60 anos, encaminhando outros 433 trabalhadores para o regime home office. Já para os mais de 1 mil funcionários que trabalham na fábrica, foram implantados medidores de temperatura, barreiras físicas para o distanciamento social e outras ações de prevenção. Também foi criado uma canal para interação e comunicação virtual sobre saúde emocional, higiene e demais cuidados.

Como vimos, o apoio aos profissionais essenciais é super importante para lidar com emoções e sentimentos neste momento de tensão, além de garantir a integridade física. E essas práticas também devem ser incluídas no recrutamento e seleção, estendendo-se aos novos funcionários através do onboarding.

Inclusive, sabemos que a contratação de profissionais essenciais também é muito importante e não pode parar. Por isso, muitas empresas já começaram a investir em plataformas online, como o Taqe, para garantir a contratação de talentos e, ao mesmo tempo, preservar a saúde dos candidatos.

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