Psicologia Organizacional: o que é, como aplicar e seus benefícios

Sabemos que há múltiplos tipos distintos de psicologia, correto? Por isso, neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre a parte específica deste estudo comportamental destinada ao ramo empresarial.

Antes de tudo, vamos começar pelo conceito das palavras que formam o termo que, apenas por mencioná-la, já pode levar o seu ouvinte ou leitor a conclusões precipitadas. A psicologia é a ciência que busca conhecer, analisar e em alguns casos, tratar o comportamento e a saúde mental dos seres humanos. Já a palavra organizacional, mesmo semelhante ao ato de organizar coisas em uma prateleira, por exemplo, não tem o mesmo significado. O termo é usado como sinônimo para um ato que se refere à organizações, como empresas, órgãos governamentais e outras instituições que possuem atividade econômica.


Mas o que é Psicologia Organizacional?

A junção de ambas as palavras forma o que conhecemos como o estudo responsável por conhecer os colaboradores de uma determinada companhia e com base em tal ciência, saber identificar e promover uma qualidade de vida que seja benéfica para ambos os lados, ou seja, sendo um mediador entre as necessidades da empresa e a saúde física e mental de seus funcionários.

É notável que, em um ambiente adequado e condições dignas de trabalho, as coisas fluem mais naturalmente, proporcionando ganhos para ambos. E para isso, realizar a gestão de pessoas, é usado tal forma de estudo. Por este motivo, é ideal que a Psicologia Organizacional identifique como realizar tais condutas de melhora e que tal ciência seja entendida de forma clara.

Qual a história da Psicologia Organizacional?

Durante o ensino médio, normalmente, descobrimos através de matérias como Sociologia e Filosofia, (outros formatos de ciência) que a Psicologia vem sendo trabalhada desde o século XIX com os filósofos Sócrates, Aristóteles e Platão quando iniciaram seus estudos para conhecerem o ser humano à fundo, assim distinguindo as formas como conhecemos as ciências. No entanto, por ser um modelo de estudo específico, a Psicologia Organizacional não foi capaz de ser datada por conta de ser uma forma ainda desconhecida e sutil quando iniciada, pois necessitava de profissionais capacitados para tal função e uma organização mais fluida desenvolvida pelo ser humano ao passar dos anos.

Ainda assim, são constatados que, no decorrer dos 80 anos de duração da Revolução Industrial, haviam psicólogos que atuavam como o RH (Recursos Humanos) age nos dias atuais, por exemplo. Os profissionais eram responsáveis pelas escolhas dos funcionários que entrariam nas empresas, realizando testes relacionados às necessidades da indústria e a capacidade dos candidatos em realiza-los. Com o intuito de aumentar a produção, foi necessário que o psicólogo descobrisse maneiras de fazer com que os “novatos” produzissem ainda mais, sem precisar realizar mudanças no plantel constantemente.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, outras questões fundamentais relacionadas ao colaborador entraram em questão, relacionando a eficiência e a forma com que se empenhavam com a saúde e suas habilidades de liderança e gestão. Com isso, o profissional da psicologia tinha o papel de promover novas formas de conciliar o desenvolvimento empresarial com a felicidade proporcionado no ambiente de trabalho. Assim, iniciada no meio industrial, a psicologia industrial agora utilizada pelos setores de comércio e de prestação de serviços tornou a ser chamada de psicologia organizacional e do trabalho.

No vídeo abaixo, é possível aprofundar e descobrir um pouco mais dessa transição entre psicologia industrial para psicologia organizacional e sobre Elton Mayo, um dos primeiros a estudar este tema.

O que é psicologia do trabalho?

Como o termo diz, essa forma de psicologia é especificamente utilizada para estudos no ambiente de trabalho, voltados ao cuidado da saúde mental e o comportamento do funcionário no ambiente empresarial. Assim, o profissional da área em conjunto com o RH da companhia, tem a função de fazer com que o serviço proporcionado pelos colaboradores seja produtivo e de qualidade para a empresa e para si mesmo, fazendo-o de forma mais agradável, pensando no cuidado com a saúde do funcionário e consequentemente, aumentando a eficácia dos trabalhadores em aproximadamente 44%, segundo pesquisa realizada pela consultoria de gestão global Bain & Company.

Ainda que parecidos, a psicologia do trabalho e a psicologia organizacional são vertentes que possuem aspectos que se diferenciam e para entendê-los por completo, é ideal que, mesmo iguais, são distintos um do outro.

Qual a diferença entre Psicologia Organizacional e Psicologia do Trabalho?

Mesmo correlacionados, ambos os formatos de ciência possuem diferenças que são outras formas de entender a relação entre o empregado e o empregador e por isso, devem ser entendidas com clareza para que possam ser distinguidas adequadamente.

Para começo de conversa, ambas possuem o objeto de estudo dissemelhante uma da outra. Como dito, a psicologia do trabalho age na busca de entender quais são as necessidades, desejos e costumes do funcionário do trabalho, através de informações obtidas desde a forma com que o colaborador performa ao ser contratado até o momento em que atua em seu ambiente organizacional. O profissional desta área tem o objetivo de auxiliar a companhia a promover saúde e segurança através do fornecimento de qualidade de vida.

Falando sobre a psicologia organizacional, como seu nome pressupõe a essa altura, é desenvolvida através do estudo voltado à companhia que os empregam. O profissional do setor tem o objetivo fundamental de desenvolver atividades que possam aprimorar as habilidades do funcionário, através de treinamentos, cursos e processos seletivos, promovendo benefícios para ambos os lados.

No entanto, tais fundamentos de pesquisa são utilizados para o mesmo intuito, promover a melhora entre a relação do empregado com a empresa e o cuidado do empregador com seu funcionário. Por isso, se correlacionam e andam juntas.

Qual a importância de aplicar a psicologia nas empresas?

A presença de um psicólogo organizacional dentro de uma companhia, mais precisamente em conjunto dos profissionais de RH, é de suma importância por conta de seu enorme diferencial comparado à sua ausência. Quando trabalhada com liberdade e êxito, a ciência é capaz de motivar e instigar ambos os envolvidos ao aprimoramento de seu desempenho, de forma equilibrada e respeitosa.

Com o comprometimento garantido por parte da organização e o envolvimento do colaborador visando a melhora de seu dia a dia, o profissional é capaz de analisar, desenvolver e possibilitar um ambiente adequado para um e resultados ainda melhores para o outro.

Quais os benefícios de se aplicar a psicologia organizacional?

Além de seu objetivo principal, sendo capaz de realizar a promoção da qualidade de vida, a psicologia organizacional possui variados benefícios para todos os envolvidos diretamente com o estudo, se acumulando com o decorrer do trabalho desenvolvido pelo profissional da área. A seguir, você confere alguns dos principais e mais relevantes benefícios instigados após a prática desta ciência.

Aumento da produtividade

Uma das pesquisas divulgadas mais utilizadas e fundamental como base de dados para estudos de tal psicologia foi realizada pela Bain & Company, no qual é possível observar que, em empresas como Netflix, Google e Apple, os funcionários são cerca de 40% mias produtivos comparados às demais empresas. Isso acontece devido a fatores como talento, energia e tempo destacados por alguns dos entrevistados, pois tais companhias com as orientações e os dados colhidos por um psicológico, promovem mudanças que facilitam a forma com que o trabalhador irá realizar o seu serviço, reunindo em pequenas equipes de colaboradores talentosos, guiados por um funcionário com habilidades de liderança e que possui a confiança da empresa, eliminam a burocracia exaustiva e promovem resultados mais significativos para estas grandes empresas, segundo Michael Mankins, sócio da consultoria em entrevista ao portal Fast Company.

Maior engajamento dos colaboradores

Você sabe identificar aquele funcionário com habilidades de gestão, técnica e liderança, que veste a camisa da empresa e está engajado com os patrões, e o outro funcionário que está contente com seu salário, seu cargo e suas responsabilidades?

Pode ser uma tarefa complicada saber se o colaborador está realmente engajado ou apenas satisfeito dentro de uma empresa. No entanto, através dos métodos de estudos usados pela por esta vertente, é possível notar as pequenas diferenças entre o colaborador.

Normalmente, o trabalhador engajado está totalmente ligado nas suas funções e tende a promover uma união entre o grupo, motivando-os e fazendo com que produzam mais. Este também tem a liberdade de ter discussões mais importantes e que sejam levadas em consideração por seu patrão.

Por outro lado, um funcionário satisfeito pode se tornar insatisfeito em questão de pouco tempo. Além de ser menos produtivo, ele pode ser responsável por afetar negativamente outros trabalhadores e assim, comprometer ainda mais o ambiente de trabalho.

E por conta disso, durante os anos, têm se desenvolvido técnicas ainda mais precisas e envolventes para tornar a empresa engajada com seus funcionários e vice-versa, principalmente, formando cada vez mais “aqueles que vestem a camisa da empresa”.

Redução de custos

Por último, mas não menos importante, o estímulo de um local organizacional adequado também evita o turnover recorrente da empresa, ou seja, as demissões, admissões, licenças e a burocracia que ocorrem durante essas trocas é reduzida drasticamente com a permanência de funcionários satisfeitos.

Por isso, durante o trabalho avaliativo do psicólogo, é importante que ele esteja correlacionado aos Recursos Humanos afim de obter uma quantidade maior de informações e assim, repassá-las ao setor que pode realizar mudanças nas empresas.

Quais os tipos de psicologia organizacional?

Por ser uma especialidade antiga e capaz de abranger inúmeras possibilidades, a psicologia em si possui dezenas de tipos diferentes. No entanto, quando filtramos a área de psicologia organizacional por si só, não é possível identificar a existência de tipos distintos definidos. O mais próximo que chegamos disso, é a psicologia do trabalho, mencionada anteriormente e o profissional de coaching. Este deve ser um acréscimo ao trabalho do psicólogo, pois ele será responsável por auxiliar os funcionários com objetivos, desafios e metas para crescerem ainda mais.

Dentro deste tipo único da psicologia organizacional, podemos distinguir tipos diferentes de consultoria da área dentro de uma empresa, conhecidos como consultoria interna e consultoria externa.

A consultoria interna é realizada por profissionais já engajadas dentro dos estabelecimentos, podendo realizar um trabalho mais próximo junto aos outros funcionários por ter um conhecimento prévio sobre a cultura corporativa e as rotinas dos empregados.

Já a consultoria externa é efetuada de forma terceirizada, isto é, são contratados profissionais que atuam diretamente e exclusivamente com este tipo de finalidade, permanecendo por um certo período de tempo nas dependências da empresa para que seja feito um trabalho, na generalidade, de casos específicos de forma mais isenta possível por não existir contato precedente com os funcionários da empresa contratante de seus serviços.

Em quais áreas a psicologia organizacional atua dentro das empresas?

De forma inclusiva, essa vertente pode atuar em diversas áreas e setores das empresas e por isso é tão importante. Por agir diretamente para o cuidado mental do ser humano, tornam-se vastos os locais que o psicólogo pode auxiliar de alguma forma. A seguir, listamos algumas das áreas em que o profissional tem mais importância e relevância quando estimulado.

Seleção e recrutamento

A aplicação da psicologia organizacional pode ser iniciada antes mesmo de uma pessoa ser contratada. No meio de variados candidatos, é possível conhecer futuros potenciais apenas com metodologias aplicadas por esta ciência, através de dinâmicas em grupos, testes psicológicos e perguntas precisas no meio de uma entrevista antes convencional.

Assim, aplicar nesta área através de análises promove a capacidade de localizar perfis de funcionários que se identificam pela empresa, assim adequando às necessidades do candidato com as da companhia.

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Desenvolvimento e treinamentos

Ao ser contratado, é possível que o psicólogo organizacional assuma questões normalmente trabalhadas pelo RH das empresas afim de aprimorá-las com suas técnicas. E uma delas se torna evidente durante a prática de treinamentos e o desenvolvimento do funcionário logo após sua entrada à empresa.

Antes de dar o pontapé inicial, o candidato deve estar apto com as funções que irá realizar com o tratamento mais adequado para o serviço e o propósito de lhe promover uma atividade moderna, pontual e específica deve ser desenvolvida pelo coach encarregado.

A parte de desenvolvimento é direcionada, na maioria das vezes, para o crescimento voltado à carreira do contratado. Isto significa que o profissional responsável por esta função deve definir os requisitos necessários para auxiliar no progresso, promovendo cursos para os funcionários, palestras e outros meios que possam motivá-lo a crescer dentro e fora da companhia.

Planos de cargos e salários

Sempre quando entramos em uma empresa, é ideal que tenhamos um plano de cargo e salários definidos para cada setor ou melhor, para cada profissional ali presente. A elaboração de um plano de cargo deve ser baseada especificamente no público que irá exercê-lo, assim podendo alinhar um plano confortável para a empresa e o seu empregado.

O profissional da psicologia que atua nessa área tem a função de regrar junto com outros importantes pilares da empresa, os planos de carreira, salários, benefícios e desafios apropriados para cada perfil.

Gestão do clima organizacional

Este talvez seja um dos mais importantes e por isso, um dos mais trabalhos pela psicologia organizacional por estar diretamente ligado à saúde mental do funcionário nas dependências da empresa e a produtividade gerada para o negócio. A psicologia organizacional tem o papel de identificar formas de promover um ambiente tranquilo, saudável e positivo para todos, através de pesquisas, estudos e o contato direto com os trabalhadores e suas necessidades.

Quando já estabelecido um clima adequado, a atuação neste modelo de psicologia organizacional ainda está longe de ser finalizada. É comum que, com o tempo, o psicológico possa sofrer com complicações no ambiente de trabalho devido a problemas, determinados funcionários insatisfeitos e conflitos que geralmente são gerenciados após um raciocínio e uma estratégia definida pelo profissional.

Diagnóstico organizacional, qualidade de vida e saúde mental

Com o surgimento de problemas, é possível que a gestão seja comprometida por situações ainda mais recorrentes de um instante para outro e é nesse momento que um funcionário “apenas” satisfeito pode se juntar a outro e tornam-se insatisfeitos.

Através de conversas, avaliação psicológica e principalmente, o contato com os funcionários mais aborrecidos, o profissional tem a capacidade de reconhecer as falhas na gestão da empresa e assim, propor diferentes ideias para solucioná-las.

Orientações profissionais

O que seria da psicologia sem uma famosa conversa para desabafar, não é mesmo? Na psicologia organizacional isto também está presente. No entanto, essa área é identificada através de orientações profissionais realizadas em prol do restabelecimento da saúde mental ou física de um candidato frustrado.

Através de um bate-papo mais convencional, é possível estabelecer ideias para facilitar o tempo de permanência do trabalhador durante sua jornada diária.

Plano de benefícios

Os benefícios são uns dos principais meios de tornar uma empresa mais atrativa que ela normalmente seria. Com esse ganho proporcionado ao colaborador e que seja acessível para o proprietário, é possível recompensar ainda mais o trabalho exercido. Por isso, o psicólogo tem a necessidade de identificar os benefícios que podem ser aproveitados por ambas as partes de forma equilibrada.

Segurança do trabalho

Para que o funcionário se sinta confortável por completo, não basta apenas a melhoria do clima entre os trabalhadores, mas o fornecimento de um espaço adequado, seguro e com equipamentos, computadores e acessórios capazes de facilitar o ganho de produtividade.

Por isso, faz parte do trabalho do psicólogo que identifique as falhas em setores físicos e detalhes que podem estar comprometendo o correto funcionamento da produção e do ambiente de trabalho.

Avaliação de desempenho

Um pouco de competitividade e uma avaliação de si mesmo é um ponto fundamental para identificar possíveis problemas no clima organizacional. É nesta área que são localizados os avanços e regressos que o meio tem gerado com o trabalho exercido pelo psicólogo, assim podendo recompensar o progresso ou principalmente, apurar estratégias para enfrentar as dificuldades apresentadas.

Mas como aplicar essa psicologia dentro das empresas?

Para iniciar um trabalho adequado de psicologia organizacional em sua empresa, é ideal que possua psicólogos organizacionais em sua equipe, é claro, e que os mantenha em contato com os profissionais de Recursos Humanos para que possam trabalhar juntos. A ideia de trazer este profissional deve ser em conjunta de investimento (devido à testes psicológicos, benefícios para os funcionários, etc) e a liberdade do profissional identificar o problema e resolvê-lo da maneira que seja ideal para ele.

Normalmente, a psicologia organizacional se inicia durante a união entre os diferentes setores da empresa para que formem laços e conheçam todos com quem trabalham. Festas comemorativas de final e início de ano, datas celebrativas, cafés da manhã e datas de aniversário são alguns dos eventos que proporcionam a união geral da equipe.

Com o apoio dos proprietários e o auxílio proporcionado por eles nesta área, é comprovado que os resultados podem ser positivos para uma empresa que adote este tipo de cuidado com seus trabalhadores.

A psicologia organizacional em setores estratégicos

Ao contratar um profissional desta área em uma companhia, integrá-lo em setores estratégicos torna-se uma opção extremamente importante na tomada de decisões, inclusão de opiniões e outros recursos derivados de diálogos entre os psicólogos organizacionais com os funcionários, ou seja, falam pelos funcionários.

Ao serem impulsionados e instigados pelos proprietários, eles são capazes de promover um ambiente agradável para convívio com mais facilidade e consequentemente, a obtenção de maiores resultados sem maiores gastos.